Quem não gosta de brincadeiras ao ar livre? Qual criança não gosta de brincar com seus pais? De sujar as mãos, a roupa, pular corda, de experimentar várias texturas, simplesmente de brincar…
Nos dias atuais é evidente a importância da brincadeira para o desenvolvimento integral da criança, em todos os aspectos, físico, cognitivo, psicológico e emocional.
Porém, se vê que as crianças estão brincando cada vez menos por conta de tantas atividades extracurriculares e algumas vezes o tempo de brincar é reduzido a eletrônicos: computadores, celulares, tablets, vídeo game, entre outros.
O uso da tecnologia em todas as etapas da vida não é prejudicial, mas sim, o excesso dele. Quanto tempo seu filho fica em frente a TV ou no tablet? Quanto tempo você o vê brincando e brinca com ele?
A brincadeira, seja ela sozinha ou compartilhada, possibilita o aprendizado de uma forma autêntica.
Quando é compartilhada, a criança constrói relações sociais e aprende a respeitar regras, desenvolve princípios como cooperação e liderança. A partir de experimentações descobre o mundo ao seu redor e o internaliza construindo um mundo imaginário com elementos reais.
É o “faz de conta” agindo… a partir dessa relação com o seu interior e o mundo real, a criança desenvolve-se como sujeito, construtor da sua própria história.
O papel dos pais na brincadeira
Os pais presentes e ativos, no momento da brincadeira, conseguem incentivar e perceber o desenvolvimento da criança.
Por meio do brincar, a criança conhece seus interesses e expõe suas emoções, seus pensamentos, sua criatividade. Por meio de objetos reproduz situações do seu cotidiano, quando faz dormir uma boneca, com panelinhas faz seu almoço, revelando a sua comida preferida. Com um mesmo objeto cria várias interpretações e amplia seu repertório de resoluções de situações problemas.
Como disse Winnicott: “É no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou o adulto fruem sua liberdade de criação.”
Portanto, pais e professores devem criar situações em que a criança possa brincar de uma forma lúdica, a fim de que consiga expressar-se livremente com o outro. Possibilitar que a criança tenha acesso a utensílios como sucatas, caixas, panelas, panos, folhas ajudam a estimular sua criatividade.
Jogos como quebra-cabeça e peças de encaixe desenvolvem ainda mais a atenção e a coordenação motora fina. É a partir desse aspecto lúdico, do convívio com o outro que a criança desenvolve várias habilidades sociais, motoras e cognitivas.
O brincar de acordo com Vygotsky facilita no processo de aquisição da linguagem, além disso, a brincadeira deixa o aprendizado ainda mais interessante. Então, que tal brincar mais?
Referências
WINNICOTT, Donald Woods. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: IMAGO EDITORA LTDA, 1975. 244 p.
KOHL, Marta. Vygotsky. Disponível neste link.
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